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Detox: aposte em uma faxina no corpo!

Mesa com um copo de vidro com suco verde detox e uma tigela de folhas verdes ao fundo.

Começar 2014 se livrando de tudo aquilo que não interessa mais é uma ótima maneira de renovar as energias e iniciar a nova fase com o pé direito. Isso inclui desde doar roupas e sapatos há tempos não usados até abandonar relacionamentos desgastantes, maus hábitos e acúmulo de substâncias nocivas ao corpo. Se você faz parte da turma que exagerou na comilança das festas de final de ano, a hora é agora! Investir em uma dieta detox pode ser a solução para mandar embora os quilos extras e o inchaço. É a chance, ainda, de aprender a comer de forma mais saudável e equilibrada. Porém, antes de correr para preparar um suco verde poderoso, que tal entender como essa dieta funciona, de fato, e quais são seus benefícios? Para início de conversa, detox é a abreviação de detoxificação, processo que visa eliminar as toxinas do organismo. Segundo Renato França, nutricionista diplomado pelo The Institute for Funcional /medicine (EUA) e proprietário da clínica de nutrição esportiva e funcional que leva seu nome, em Brasília (DF), toxinas são xenobióticos. A palavra vem do idioma grego: xeno quer dizer estranho e biótico está relacionado à vida. “Ou seja, toxinas são compostos químicos estranhos a um organismo ou a um sistema biológico”, explica.

Conhecendo os vilões

Alguns exemplos que têm a ver com a alimentação são os agrotóxicos e pesticidas, que acabam sendo consumidor com frutas e verduras; resíduos plásticos como bisfenol A e aftalatos contidos em embalagens, como garrafas PET, caixas longa vida e vasilhas plásticas; e aditivos químicos – conservantes, acidulantes, corante etc. A nutricionista clínica Carla Muroya, do hospital israelita Albert Einstein, de São Paulo (SP), lembra que o organismo também sofre a contaminação por toxinas via exposição a metais tóxicos – em especial, o chumbo – , radiação e contato com poluentes ambientais e químicos. “ Esses fatores, somados a hábitos alimentados errados, podem desequilibrar o organismo, causando o estresse oxidativo, que favorece a predominância dos radicais livres e a redução de elementos protetores”, conta. Na lista de possíveis danos à saúde constam problemas intestinais, cansaço excessivo, mau funcionamento da glândula tireoide, hipertensão arterial, diabetes, doenças neurodegenerativas, gastrite e alteração do apetite. “ O acúmulo de toxinas no organismo ainda pode levar a alterações comportamentais, como depressão, ansiedade e outros transtornos do humor”, completa Henry Okigami, consultor em farmácia, diretor da empresa Sciense Solution e professor do curso de pós-graduação em nutrição da faculdade Campos Elíseos, de São Paulo (SP). Álcool, cigarro e medicamentos de uso contínuo também são fontes de xenobióticos. Como as toxinas são substâncias estranhas ao corpo humano, ativam as células de defesa que levam o organismo à uma reação inflamatória contra elas. Trata-se da inflamação do tecido adiposo, que provoca a obesidade – indivíduos obesos, inclusive, podem ter maior carga tóxica por conta do excesso desse tecido. A perda de gordura fica mais difícil e há maior ocorrência de inchaço. “ No entanto, as toxinas inflamatórias não ficam restritas ao tecido adiposo e atingem a circulação sanguínea, contribuindo para um quadro de inflamação em todo o corpo”, explique França.

Solução na alimentação

Uma dieta funcional, à base de alimentos capazes de “limpar” esses resíduos e combater a inflamação, é o caminho. Segundo Patricia Cruz, nutricionista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), detoxificação é um processo biológico que em como objetivo principal eliminar ou diminuir as substâncias potencialmente toxinas tanto exógenas (xenobióticos) quanto endógenas (produtos do metabolismo), reduzindo os impactos negativos na saúde. Os focos principais são o fígado e o intestino. Na opinião dos especialistas, o ideal é que o consumo de alimentos com função detoxificante se torne uma hábito para todos nós. Afinal, de um modo ou de outro sempre estaremos expostos às toxinas. Em casos mais extremos, de muito inchaço e inflamação, algumas pessoas precisam ao mesmo tempo reduzir o consumo de alimentos potencialmente alergênicos, como os que contêm glúten e os lacticínios, que depois serão reintroduzidos no cardápio. Em uma dieta Detox não há necessidade de restrição excessiva de calorias ou carboidratos, proteínas e gorduras. o que é recomendável é o aumento de alimentos e suplementos que melhorem a função intestinal e a ingestão hídrica, permitindo que as toxinas sejam eliminadas pelas fezes e pela urina. A nutricionista Eneida Ramos, do Hospital Albert Einstein, lista alguns itens que devem fazer parte do cardápio: frutas, legumes e verduras – preferencialmente orgânicos -, água, água de coco, chás, peixes, ovos, leguminosas, arroz integral, sementes, azeite de oliva e ervas aromáticas.

Quando investir em Detox?

A dieta Detox é indicada, sobretudo, para indivíduos sedentários, que consomem bebidas alcoólicas, tabagistas, com alto consumo de alimentos industrializados e/ou ricos em sal, gordura e conservantes. “Também vale a pena para quem come muita proteína animal, como carne vermelha, frango, peixe, ovos, leite e derivados, fontes de agentes de crescimento que dificultam a digestão”, conta Patrícia Zach, endocrinologista especializada em obesidade e diabetes, de São Paulo (SP).

Ela não é recomendada para crianças, idosos, pessoas com diabetes, insuficiência renal, doenças degenerativas, enfermidade hepáticas, gestantes, lactantes, Imunodeprimidos e pacientes de quimioterapia. O diagnóstico é feito por meio de uma anamnese alimentar, para que o nutricionista ou endocrinologista possa reconhecer os hábitos alimentares de risco do paciente e cruzar alguns sintomas como constipação intestinal, enxaqueca, má digestão, insônia e fadiga extrema. “A aprovação e o acompanhamento clínicos são essenciais. Pessoas que tomam determinados medicamentos, como os de tratamento para câncer, não podem se submeter à dieta Detox. Como alguns componentes dos remédios são moléculas e têm composição parecida às das toxinas, a eficácia pode diminuir”, avisa Okigami.

O poder do suco verde

Peça-chave das dietas Detox, o suco verde é rico em nutrientes e tem como estrela principal a couve. Fonte potente de vitamina A, potássio e fibras, a verdura – da família das crucíferas – tem relevante ação na proteção de saúde cardiovascular e propriedades anticarcinogênicas. Dependendo da receita, entram outros vegetais verde-escuros, tais como espinafre, salsinha, hortelã, salsão e agrião. Assim como a couve, são excelentes em nutrientes e fitoquímicos (substâncias que protegem contra os radicais livres produzidos pelas toxinas). Frutas como maça e uva também são bem-vindas, mas é preciso tomar cuidado com aquelas com grande quantidade de carboidratos, como a banana. A sugestão da endocrinologista Patrícia Zach para fazer o fígado e o intestino trabalharem bem é tomar dois copos de suco Detox por dia.

“Quem quiser pode acrescentar farinha de chia, rica em vitaminas, minerais, fibras e ômega 3, e gengibre, que tem função anti-inflamatória, antioxidante, bactericida e aceleradora do metabolismo”, aconselha. Muita gente acredita, entretanto, que apenas apostar no suco verde diariamente já é o suficiente para realizar o Detox no organismo. “Não é bem assim. Se não houver uma alimentação adequada, ele não funciona sozinho”, avisa Paula. De acordo com Okigami, na hora do preparo é importante não coar os componentes para não perder as fibras, que desempenham um papel essencial na dieta detox.

Receitas para experimentar já!

Suco detox 1

Ingredientes

– 1 copo de água de coco
– ½ limão-siciliano
– 2 morangos
– ¼ manga
– Raspas de gengibre

Modo de fazer

Bata todos os ingredientes com gelo e sirva em seguida. Rendimento: 1 copo

Suco detox 2

Ingredientes

– 3 folhas de couve
– 1 maçã (também pode ser feito com 1 maracujá ou 1 fatia de abacaxi com 3 folhas de hortelã)
– 1 copo de água de coco

Modo de fazer

Bata todos os ingredientes com gelo e sirva em seguinte. Rendimento: 1 copo

Principais benefícios

Embora a detox não seja encarada como uma dieta de emagrecimento pelos especialistas, a diminuição do inchaço e da inflamação com a liberação de toxinas faz, sim, você perder uma média de 4 a 7 kg de gordura e líquidos em um mês. “Devido à restrição e à retirada de alimentos com densidade energética alta, como açucares e gorduras, há uma redução no consumo calórico e a pessoa acaba emagrecendo”, afirma Patrícia Cruz. Além da silhueta mais enxuta, há outros resultados positivos.

MELHORA DA SAÚDE INTESTINAL: A detox auxilia na digestão e na absorção de nutrientes.

PELE MAIS BONITA: Os alimentos antioxidantes combatem os processos inflamatórios como celulite e acne.

REDUÇÃO DO INCHAÇO: O rim trabalha melhor e, consequentemente, não há acúmulo de líquidos.

METABOLISMO ACELERADO: As toxinas tendem a regularizar o funcionamento das mitocôndrias, estruturas dentro das células onde ocorre a respiração celular e a produção de energia. “Com as mitocôndrias bem nutridas nos músculos, acontece a aceleração do metabolismo. O cérebro também é beneficiado, pois a pessoa percebe uma melhor capacidade de concentração e raciocínio”, conta Renato França.

AUMENTO DA LONGEVIDADE: A eliminação de toxinas retarda o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis.

MAIOR DISPOSIÇÃO: “Com a eliminação de gordura e do açúcar em excesso, o metabolismo funciona de forma mais eficiente e a moleza do dia a dia desaparece”, diz Paula Castilho

LIMPEZA DO FÍGADO: Como o excesso de gordura vai embora, o órgão não fica sobrecarregado.

Sinal verde: os queridinhos

PROTEÍNAS DE ORIGEM VEGETAL (FEIJÃO, SOJA E QUINUA): Apresentam vitaminas A e C, que são antioxidantes, além de serem fontes de selênio, mineral que estimula o sistema imunológico e atua na glândula tireoide.

LEGUMINOSAS (LENTILHA, GRÃO-DE-BICO, SOJA, AMENDOIM): Têm grandes quantidades de ferro e possuem fibras que colaboram para um bom trabalho intestinal, ajudando a controlar os níveis de colesterol no sangue. Com baixo índice glicêmico, atuam na saciedade.

CHÁ VERDE: Tem substâncias que auxiliam a desinchar, desintoxicar, diminuir as taxas de colesterol ruim (LDL) no organismo e a evitar o acúmulo de gordura na parede dos vasos sanguíneos.

FRUTAS: Contribuem com a redução da retenção hídrica e são fontes de vitaminas, minerais e fibras.

GENGIBRE: É anti-inflamatório e termogênico, o que ajuda a acelerar o metabolismo.

VEGETAIS (EM ESPECIAL OS VERDES-ESCUROS): Garantem a quantidade de minerais para o organismo e são ricos em fibras. A couve, em especial, promove a limpeza do fígado.

ÁGUA DE COCO: Boa fonte de potássio, ela auxilia a hidratar e a desinchar.

SINAL VERMELHO: OS INIMIGOS

– Derivados de farinha de trigo refinada
– Doces
– Açucares
– Alimentos com gordura trans
– Alimentos processados
– Sal em excesso
– Cafeína
– Carnes grelhadas chamuscadas em alta temperatura (churrasco)
– Frituras
– Bebidas alcoólicas
– Alimentos e bebidas com corantes, conservantes e glutamato monossódico.

Fonte: Revista Pense Leve

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