Você sabia que quando uma criança nasce o seu intestino é considerado estéril? Isso quer dizer que ele é livre de microrganismos e é por isso que os bebês têm dificuldade para digerir qualquer coisa, até mesmo o leite materno. Somente depois do contato com a mãe e os alimentos, por volta dos dois anos de idade, é que microbiota intestinal, também conhecida como flora intestinal, estará completamente formada.
A microbiota difere de pessoa para pessoa, dependendo da dieta, estilo de vida e outros fatores, e ela influencia tudo: saúde, apetite, peso e até mesmo o humor. São trilhões de microrganismos, especialmente bactérias, que compõem um conjunto em simbiose com o nosso corpo e que exercem diversas funções cruciais para o seu funcionamento, como proteção contra infecções, produção de vitaminas, melhora da absorção de nutrientes e minerais e liberação de diversos compostos capazes de influenciar, por exemplo, o sono e o estado emocional.
Maus hábitos alimentares, estresse, o uso excessivo de medicamentos, especialmente antibióticos, laxantes e antiácidos, e o uso abusivo de álcool, favorecem o desenvolvimento de uma disfunção intestinal que tem se tornado cada vez mais frequente, a disbiose, que pode ser entendida como um desequilíbrio da microbiota intestinal causado pelo aumento da população de bactérias prejudiciais à saúde.
Quando isso acontece, funções antes conduzidas de forma harmônica passam a ser comandadas por reações desreguladas e podem predispor à infecções, deficiências nutricionais, constipação, alergias e desconfortos intestinais. Um desequilíbrio na produção de serotonina, hormônio ligado ao bem-estar, também pode ocorrer e isso influencia o estado de humor, podendo a longo prazo levar a quadros de ansiedade e depressão. Com o tempo, doenças crônicas como síndromes intestinais e câncer podem surgir também.
A presença de sintomas como indigestão, distensão abdominal, flatulência, constipação ou diarreia, especialmente após as refeições, indicam a necessidade de ficar atento ao equilíbrio da flora intestinal.
A alimentação correta é a resposta para uma flora saudável
A dieta tem uma enorme influência sobre a microbiota intestinal. Uma alimentação desbalanceada, monótona e pobre em fibras pode influenciar o desenvolvimento de uma flora desequilibrada. O consumo excessivo de carboidratos refinados, gorduras animais, carne vermelhas e a baixa ingestão de grãos integrais, frutas e hortaliças aumenta a produção de compostos causadores de inflamação, reduz a imunidade e levam aos problemas já citados aqui.
Bebidas alcoólicas também tem grande influência. O consumo frequente de álcool altera a composição da flora e permite que toxinas e outras substâncias ruins atravessem a mucosa intestinal com mais facilidade, causando inúmeros problemas à saúde.
Para estimular o desenvolvimento e crescimento de bactérias benéficas em nosso intestino, é importante investir em uma alimentação mais rica em frutas e hortaliças e dar preferência aos alimentos integrais, onde o conteúdo de fibras é maior. Além disso é super importante manter o corpo sempre bem hidratado.
Fibras com ação prebiótica e alimentos enriquecidos com probióticos podem ser grande aliados. Eles estimulam o desenvolvimento de uma flora intestinal benéfica e ajudam o intestino a trabalhar sem dificuldades. O consumo deve ser contínuo para que os benefícios possam ser sentidos.
Boas fontes de probióticos são os alimentos fermentados como o iogurte, kefir, chucrute, kombucha etc. Já as fibras com ação prebiótica podem ser encontradas em alimentos como alcachofra, chicória, aveia, banana e cebola, por exemplo. Versões concentradas dessas fibras também estão disponíveis no mercado e facilitam a vida, pois oferecem em uma única porção a quantidade ideal para se obter o benefício. Um exemplo é o Floraliv®, que contém fibras prebióticas como inulina, oligofrutose (FOS) e polidextrose, capazes de estimular o crescimento e a atividade de algumas espécies de bactérias benéficas como os famosos lactobacilos e bifidobacterias.