Flacidez: da fisiologia à prescrição
Quantas pacientes passam pelo seu consultório com a queixa de flacidez corporal? Essa é uma desordem estética comum na prática clínica e o tratamento depende de uma abordagem multidisciplinar que abrange reeducação alimentar e prática de atividade física. Com o objetivo de contribuir com suas condutas, a Sanavita propõe uma leitura aprofundada sobre composição da pele, tipos de flacidez e sua relação com o envelhecimento e hábitos de vida, e como a nutrição pode auxiliar no tratamento e, consequentemente, na saúde e autoestima de sua paciente.
Flacidez e a vida de nossas pacientes
Sobre as causas da flacidez, além da alimentação inadequada e sedentarismo, podemos afirmar que o processo natural de envelhecimento, alterações de peso, exposição aos raios ultravioleta (UV), gestação e menopausa também são fatores que favorecem a perda de elasticidade cutânea, afetando a integralidade de todos os tipos de pele, especialmente, do público feminino1. Do ponto de vista nutricional, a dieta desequilibrada, rica em carboidratos simples e gorduras saturadas, pobre em proteínas, com baixa ingestão de água e deficiente em oligoelementos, além de não aportar nutrientes suficientes para homeostase cutânea, ainda exacerba o estresse oxidativo (EO) e processos inflamatórios que agravam o quadro de flacidez2. Saiba mais a respeito do tema no texto a seguir.
ÍNDICE
- Fisiologia do envelhecimento: entenda a saúde e beleza da pele do início
- Flacidez: definindo os tipos
- Nutracêuticos: o olhar estratégico de sua ação na fisiologia
- Manejo nutricional na prática clínica
- Aplicando nas suas condutas
- Sanavita, Saúde E Beleza da Mulher
Fisiologia do envelhecimento: entenda a saúde e beleza da pele do início
A pele é constantemente exposta a estímulos endógenos e exógenos que afetam sua integralidade e saúde, favorecendo o processo de senescência tecidual. O fotoenvelhecimento (causado pela radiação solar), o estresse, a baixa qualidade do sono, o tabagismo e os hábitos alimentares inadequados estão entre os principais fatores envolvidos no envelhecimento cutâneo, ao estimularem processos degradativos que promovem a atrofia epidérmica, redução do número de fibroblastos dérmicos, fibras de colágeno, ácido hialurônico e outros componentes de matriz, colaborando para perda da integridade da barreira, adelgaçamento da epiderme e até desorganização de suas funções3.
Esses mecanismos também favorecem a diminuição da superfície de contato com a derme, prejudicando o aporte de nutrientes e oxigênio, levando a alterações no nível molecular, perda de elasticidade e tônus, enrugamento e ressecamento3.
Tais processos de degradação tecidual são acelerados por oxidações químicas e enzimáticas desencadeadas pelos radicais livres, antecipando os sinais de senilidade cutânea, dentre eles a flacidez corporal e facial3.
Flacidez: definindo os tipos
A flacidez é caracterizada pelo gradual enrijecimento das fibras de colágeno, perda das propriedades físicas da elastina e aumento da adiposidade. É um termo que designa frouxidão tecidual e é comumente observada na região de abdômen, coxas, glúteos, rosto e braços1.
A respeito dos tipos de flacidez, ela pode ser tissular, quando está relacionada com a perda de densidade e estrutura dérmica, ou muscular quando há perda de massa muscular, sendo que ambas podem aparecer em conjunto1, independentemente da idade da paciente.
Por isso, para uma prescrição assertiva é importante compreender a jornada desta mulher e quais são os fatores que podem estar agravando ou desencadeando a insatisfação facial/corporal, indo, portanto, além do tradicional recordatório nutricional e anamneses, para que os resultados sejam satisfatórios, reais e adaptados a cada estilo de vida e expectativa.
Nutracêuticos: o olhar estratégico de sua ação na fisiologia
Tendo isso em mente, sabe-se que diversos manejos nutricionais estão relacionados com a melhora da flacidez tissular, bem como de suas propriedades funcionais. Eles podem proporcionar firmeza e elasticidade por otimizarem a síntese de fibras de colágeno, além de fornecer elementos constituintes da matriz extracelular, os quais são fundamentais para estrutura dérmica. A flacidez muscular também pode ser melhorada por meio da nutrição, especialmente quando associada a atividades físicas1.
Nutrientes e compostos bioativos têm sido usados na prevenção e no tratamento da flacidez devido à sua capacidade antioxidante, anti-inflamatória e/ou bioestimuladora, como é o caso dos peptídeos de colágeno e do ácido hialurônico4.
Os radicais livres são amplamente relacionados ao processo de envelhecimento devido a danos mitocondriais e ao DNA, aumento da liberação de citocinas pró-inflamatórias e inibição da liberação de substâncias anti-inflamatórias, colaborando para progressiva degradação da matriz extracelular cutânea. Neste contexto, a suplementação com antioxidantes pode, portanto, ser adotada na prática clínica para manter a homeostase e integridade da pele e seus componentes4.
Manejo nutricional na prática clínica
Vários nutrientes estão disponíveis para auxiliar no manejo do envelhecimento, dentre eles o colágeno hidrolisado, o ácido hialurônico e antioxidantes não enzimáticos, que incluem substâncias de baixo peso molecular, como vitaminas (vitaminas C e E, por exemplo), minerais, cofatores, polifenóis (flavonoides, ácidos fenólicos, etc.), dentre outros5 como iremos explorar melhor nos tópicos abaixo.
Compostos bioativos e micronutrientes
Em relação aos polifenóis, destacamos que devido suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, eles contribuem para redução da flacidez ao atuarem na regulação da infiltração e produção de mediadores inflamatórios nas células, eliminação de radicais livres, modulação da expressão de genes relacionados à inflamação, dentre outras funções5.
Ainda no que diz respeito à modulação do EO, Boismal e colaboradores3 relatam que vitaminas C e E, e coenzima Q10 estão relacionados com a neutralização de EROs sendo, consequentemente, estratégias interessantes que podem ser aplicadas na pratica clínica com intuito de reduzir a ativação de vias degradadoras de colágeno e ácido hialurônico, prevenindo sinais de envelhecimento, como a flacidez.
Colágeno e estudos científicos
Em revisão bibliográfica Lupu e colaboradores6 relatam que os peptídeos bioativos resultantes da ingestão de colágeno hidrolisado (proteína mais abundante do corpo) são comumente detectados na corrente sanguínea e possuem propriedades quimiotáticas para os fibroblastos da pele, auxiliando no processo de restauração, sendo acumulados na derme 96 horas após a ingestão.
Um dos estudos selecionados da revisão discorre que o consumo diário por 60 dias de colágeno hidrolisado associado com ácido hialurônico de baixo peso molecular, vitaminas e minerais contribui para redução do ressecamento da pele, rugas e profundidade nasolabial. Ademais, após 12 semanas os autores relataram aumento da firmeza e densidade da pele6.
Outro estudo que faz parte da mesma seleção trouxe dados referentes ao colágeno Verisol®. Participantes mulheres receberam de 2,5 a 5g e, após 4 semanas de administração, foi feita uma nova avaliação da pele. Os resultados mostraram aumento significativo na elasticidade cutânea no final do tratamento, independente da dose administrada6.
Além disso, devido à rápida absorção no trato digestivo, peptídeos de colágeno sem ação específica como é o caso do Peptan® colaboram para benefícios na saúde, não só da pele facial e corporal, mas também para integridade de outros tecidos ricos em colágeno, como articulações e ossos6.
As células teciduais demandam de aminoácidos para manter a homeostase de renovação e reparo. Considerando o ciclo de 28 dias, Cao e colaboradores2 referem em sua revisão que a suplementação dietética pode aumentar a síntese e o metabolismo de proteínas celulares, reforçando a importância da adequação do consumo proteico para melhorar o quadro de flacidez, a qual pode ser feita por meio de suplementos a base de proteínas isoladas e hidrolisadas do soro do leite e peptídeos de colágeno, por exemplo.
Nesse mesmo raciocínio, Takaoka e colaboradores7 discorrem em seu estudo randomizado, duplo-cego e controlado sobre a suplementação de aminoácidos e a relação com as condições físicas e estado da pele de mulheres adultas saudáveis. O estudo teve duração de 6 semanas e, ao final da intervenção, a suplementação de l-leucina, l-arginina e l-glutamina impediu a perda de massa muscular (promovendo até ganho) e ainda melhorou a textura da pele.
Ácido Hialurônico, o que a ciência diz?
Por fim, Shin e colaboradores8, trazem em sua revisão a importância do ácido hialurônico (AH) na saúde e beleza da pele, considerando que é um dos principais componentes da matriz extracelular e possui propriedades anti-inflamatórias, restauradoras e regeneradoras. Nesse sentido, o equilíbrio entre síntese e degradação de AH é vital na regulação de várias funções biológicas da derme.
Ainda sobre o mesmo tema, Galvez-Martin e colaboradores9 apontam que o efeito mais notável do envelhecimento é o afinamento e o comprometimento da barreira epidérmica, levando a diminuição da densidade do colágeno, perda de elasticidade nas fibras de elastina e menor quantidade de AH. Isso faz com que leve a ressecamento, comprometimento de barreira epidérmica, aspereza, manchas e adelgaçamento da epiderme.
A suplementação de ácido hialurônico pode auxiliar, portanto, na promoção da síntese de ácido hialurônico e novas fibras de colágeno, colaborando para a forma e firmeza da pele9. Para tal, a literatura cientifica10 tem recomendado suplementação com ácido hialurônico com peso molecular específico entre 300 a 800kDa, em dosagens a partir de 100mg.
Aplicando nas suas condutas
Diante do exposto, suplementos de colágeno associados a outros nutracêuticos, como vitaminas C e E, e ácido hialurônico podem auxiliar na prevenção e no tratamento da flacidez facial e corporal. Afinal, os dados aqui expostos demonstram que esses ativos possuem ações bioestimulantes e/ou relevantes na homeostase cutânea por meio do controle do EO e dos processos inflamatórios.
Esses e outros nutrientes para saúde e beleza da pele são encontrados no nosso Colágeno Duo Balance, que contém colágeno hidrolisado, colágeno Verisol®, biotina, ácido pantotênico, vitaminas A, C, E, zinco e ácido hialurônico. Sua formulação exclusiva e completa possibilita uma prescrição assertiva para o dia a dia, colaborando para qualidade de vida e saúde integral de sua paciente. Saiba mais em nosso site.
Sanavita, Saúde E Beleza da Mulher
A Sanavita é uma marca brasileira de suplementos alimentares, presente no mercado há 38 anos, com o propósito de levar saúde e bem-estar para as mulheres em todas as suas fases da vida, através de produtos nutritivos, seguros e funcionais.
Possui uma fábrica própria e um Centro de Pesquisas formado por especialistas mestres e doutores, que atuam sempre guiados por evidências científicas, alta tecnologia e muita inovação.
Referências
- MUSTAFÁ, Sheila; MARQUES, Natália; PASCHOAL, Valéria. Nutrição funcional na estética: beleza além da pele. São Paulo: VP Editora, 2021.
- CAO, Changwei et al. Diet and Skin Aging: from the perspective of food nutrition. Nutrients. China, p. 1-25. mar. 2020. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7146365/. Acesso em: 25 maio 2023.
- BOISMAL, Françoise et al. Skin aging: pathophysiology and innovative therapies. Med Sci (Paris). França, p. 1163-1172. 9 dez. 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33296633/. Acesso em: 22 mar. 2023.
- CSEKES, Erika; RAčKOVÁ, Lucia. Skin Aging, Cellular Senescence and Natural Polyphenols. Int J Mol Sci. Eslováquia, p. 1-51. 23 nov. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34884444/. Acesso em: 22 mar. 2023.
- LIU, Hui-Min et al. Possible Mechanisms of Oxidative Stress-Induced Skin Cellular Senescence, Inflammation, and Cancer and the Therapeutic Potential of Plant Polyphenols. Int J Mol Sci. China, p. 1-32. 13 fev. 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9962998/. Acesso em: 03 maio 2023.
- LUPU, Mihaela-Adi et al. Beneficial effects of food supplements based on hydrolyzed collagen for skin care (Review). Spandidos Publications. Romênia, p. 12-17. 17 dez. 2019. Disponível em: https://www.spandidos-publications.com/10.3892/etm.2019.8342#. Acesso em: 23 fmar. 2023.
- TAKAOKA, Motoko et al. Effect of amino-acid intake on physical conditions and skin state: a randomized, double-blind, placebo-controlled, crossover trial. J Clin Biochem Nutr. Japão, p. 52-58. jul. 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31379414/. Acesso em: 22 mar. 2023.
- SHIN, Jung-Won et al. Molecular Mechanisms of Dermal Aging and Antiaging Approaches. International Journal Of Molecular Sciences. Coreia, p. 1-16. 29 abr. 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31036793/. Acesso em: 3 maio 2023.
- GALVEZ-MARTIN, Patricia et al. A Novel Hyaluronic Acid Matrix Ingredient with Regenerative, Anti-Aging and Antioxidant Capacity. Int J Mol Sci. Espanha, p. 1-26. mar. 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10002543/. Acesso em: 25 maio 2023.
- KAWADA, C. et al. Ingested hyaluronan moisturizes dry skin. Nutrition Journal, v. 13, n. 1, p. 1–9, 2014. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25014997/ Acesso em: 21 jun. 2023
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