Diferenças de Saúde entre Homens e Mulheres: Descubra as principais!
Há anos as mulheres lutam para se igualar aos homens na profissão, nos direitos, e com certeza já conseguiram muito. Porém, quando o assunto é saúde, as diferenças são bem mais difíceis de comparar e igualar. Isto porque o metabolismo age de forma diferente em ambos.
Elas acumulam mais gorduras
A capacidade de armazenar mais gorduras do que os homens apesar de comer proporcionalmente menos calorias, é um paradoxo que confunde a cabeça das mulheres. O fato é que as mulheres têm em média entre 6 a 11% a mais de gordura corporal do que os homens, e essa gordura se acumula principalmente na região das coxas e quadril. Pesquisas recentes mostram que essa diferença é explicada pela ação do hormônio estrogênio, que diminui a habilidade do organismo feminino para queimar energia após comer, resultando em mais gordura a ser armazenada ao redor do corpo. Os estudos sugerem que o provável motivo é preparar a mulher para os períodos relacionados à gravidez.
Elas perdem mais massa óssea
Outra diferença entre os dois sexos está relacionada ao risco de desenvolvimento da osteoporose, mal que atinge mais mulheres do que homens. Enquanto 1 em cada 3 mulheres acima de 50 anos desenvolve a doença, entre eles a relação é de 1 para 5. A explicação para isso é que além de apresentarem ossos mais finos e leves, as mulheres sofrem com uma perda maior de massa óssea na menopausa, devido a diminuição da produção de estrogênio, hormônio que facilita a absorção de cálcio e limita sua retirada do osso. Outro fator importante é o pico de massa óssea, ou seja, a quantidade de massa óssea que a menina consegue acumular até a fase de puberdade, dando-lhe uma reserva para perdas futuras. Estudos mostram que os meninos adquirem mais massa óssea pelos exercícios competitivos e maior ingestão de alimentos ricos em cálcio e vitamina D quando comparados com as meninas; essa constatação reforça a hipótese de que os homens apresentam maior reserva de massa óssea o que reduz entre eles o risco de osteoporose.
Elas produzem menos colágeno
Outra perda que aparece com o passar dos anos é a de colágeno. As mulheres apresentam uma quantidade menor desta proteína no corpo do que os homens e isso é acentuado pela deficiência de estrogênio que ocorre entre os 45 e 50 anos. Estima-se que com a menopausa haja uma perda média anual de 2% de colágeno.
A deficiência de estrogênio faz com que haja uma diminuição da quantidade de fibroblastos, células responsáveis pela produção de colágeno, que junto com outra proteína chamada elastina, compõe a sustentação da pele. Toda essa mudança provoca a redução do fluxo de sangue pelos vasos e leva a uma menor capacidade de retenção de água pelas células, além de desacelerar a atividade das glândulas sebáceas e sudoríparas, que produzem a oleosidade e protege a pele como um filtro natural.
Sem a mesma irrigação e hidratação a pele fica seca, enrugada e flácida, quebradiça e fina e muito mais sensível a escoriações e aos efeitos da exposição solar. Pequenos cortes levarão tempo para cicatrizar e as manchas irão proliferar com rapidez. A velocidade do processo vai depender da presença de fatores de risco como o tempo em que a pele foi exposta ao sol ao longo da vida e o hábito do tabagismo.
5 DICAS PRECIOSAS PARA CONTROLAR ESSAS DEFICIÊNCIAS
1. Mantenha um Peso Adequado: A partir dos 40 anos, o metabolismo da mulher fica mais lento e as necessidades calóricas diminuem em média 2% ao ano. Para mulheres com idade entre 23-50 anos, recomenda-se uma ingestão média de 2.000-2.200 calorias, enquanto que para as que já passaram dos 51 anos, a ingestão média diária diminui para 1.700-1.800 calorias. Nessa idade, um excesso de 200 calorias/dia pode resultar num aumento de até 10kg de peso/ano. Por isso, faça uma alimentação equilibrada, fracionada (não fique em jejum) e pratique uma atividade física regular.
2. Elimine Celulite: Diminua o consumo de sal que causa retenção de líquidos e edemas, e de alimentos gordurosos e frituras. Reduza o consumo de bebidas alcoólicas, cafeinadas e refrigerantes que diminuem o calibre das artérias, dificultando a circulação; aumente o consumo de fibras, água e chás.
3. Coma Soja: A soja é um alimento de excelente valor nutricional e dentre os alimentos de origem vegetal, é o que possui melhor teor protéico (a qualidade de sua proteína é comparada à proteína da carne). Atualmente é considerada a vedete dos estudos científicos que abordam o uso de certos alimentos na redução do risco de doenças. As pesquisas concentram-se em suas proteínas e isoflavonas, um componente ativo com ação fitoestrogênica. Estudos mostram que com o consumo de soja, é possível reduzir o risco ou prevenir doenças como as cardiovasculares, osteoporose, certos tipos de câncer, além de amenizar os sintomas da menopausa, principalmente as ondas de calor.
4. Reponha o Colágeno: Atualmente existem no mercado vários alimentos enriquecidos com essa proteína que proporciona sustentação às células, mantendo-as unidas. Sua deficiência é notada quando entramos na fase da maturidade, com a diminuição da elasticidade da pele, o aparecimento de rugas e o aumento da fragilidade articular e óssea. Estudos mostram que o uso diário de colágeno hidrolisado extraído industrialmente dos ossos, peles e tendões de animais não tem contra-indicação, não engorda e estimula a produção do colágeno natural, que perdemos com o passar do tempo. Consuma pelo menos 8 a 10g/dia do colágeno hidrolisado em pó.
5. Beba Chás derivados da Camellia sinensis: O chá verde, branco, amarelo e vermelho são ricos em polifenóis, substâncias com forte ação antioxidante. Os estudos mostram que essas substâncias são capazes de reduzir o risco de doenças cardiovasculares e aumentar as defesas imunológicas. Além disso, as pesquisas estão mostrando que o consumo regular desses chás aumenta o gasto energético e a oxidação de gordura, ajudando no processo de emagrecimento.
6. Aumente o consumo de cálcio, vitamina D e faça exercícios: a deficiência de cálcio, vitamina D e o sedentarismo são os principais fatores responsáveis pela osteoporose. Para garantir ossos fortes ao longo da vida é importante praticar uma atividade física regular e consumir 1g de cálcio ao dia que pode ser encontrado facilmente no leite e derivados desnatados, peixes como sardinha e salmão, mariscos, tofu (somente se foi precipitado com cálcio) e vegetais verdes escuros como couve, brócolis etc. A fonte alimentar mais abundante de vitamina D são os óleos de peixes, mas essa vitamina pode ser obtida facilmente também pela exposição da pele ao sol. Procure se expor ao sol até às 10h00 da manhã ou após as 16h00.
Dra. Andrea Dario Frias
Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela ESALQ-USP, Doutor em Ciência da Nutrição pela Faculdade de Engenharia de Alimentos-UNICAMP e Pós-Doutorada em Nutrição pela ESALQ-USP.
Coordenadora do Centro de Pesquisa Sanavita