Descobrindo tudo sobre os SHAKES!
Quais bons nutrientes para se ter em um shake? Por que?
Um shake que tem como finalidade substituir uma refeição deve ser equilibrado nutricionalmente. Isto significa que o alimento deve conter todos os nutrientes em quantidades adequadas para atender as necessidades do organismo.
No Brasil, este tipo de produto deve seguir as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde através da Portaria nº 30 de 13/01/98 da Anvisa.
Para que um shake seja um bom substituto de refeição e cumpra o seu papel de ajudar na redução do peso, deve oferecer entre 200 a 400kcal por porção do alimento pronto para consumo (geralmente já preparada com o leite, por exemplo). Deve conter proteínas de excelente qualidade nutricional, e a quantidade de proteína presente deve representar no mínimo 25% e no máximo 50% do valor calórico total do alimento. Além disso, a formulação deve ser completa em minerais e vitaminas, havendo uma regra específica para esses nutrientes.
A Anvisa não estipula regras para as fibras, mas um bom shake deve conter fibras para garantir a saciedade e o bom funcionamento do intestino.
Os anexos A e B encontrados no link abaixo mostram como deve ser a composição de aminoácidos das proteínas e as vitaminas/minerais de alimentos para controle de peso. http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/3396d080474597069f51df3fbc4c6735/portaria_30.pdf?MOD=AJPERES
Para quais situações os shakes podem ser indicados?
Os shakes substitutos de refeição estão indicados em situações onde a redução do peso é necessária, especialmente quando a saúde está em jogo, como é o caso de pessoas obesas com risco cardiovascular, hipertensas ou com glicemia alta. Recomenda-se que gestantes, lactantes, lactentes, crianças, adolescentes e idosos consumam o alimento sob orientação de médico ou nutricionista.
Como deve ser seu consumo ?
Os shakes devem ser considerados alimentos coadjuvantes de uma dieta saudável, por isso, é importante sempre combina-los com uma dieta balanceada/equilibrada. A nossa sugestão é utiliza-los inicialmente em substituição a no máximo uma refeição pequena (café da manhã, por exemplo) e outra grande refeição (almoço ou jantar). As demais refeições devem ser mastigáveis, variadas e equilibradas. Importante incluir no cardápio frutas, saladas, grãos/cereais e outros alimentos que ajudarão na reeducação alimentar.
O importante é que durante o período de uso do shake a pessoa aprenda a se alimentar nos horários corretos e de forma equilibrada (pequenas porções/alimentos variados). Quando a pessoa atingir o peso desejado, o shake poderá ser utilizado como um coadjuvante na manutenção do peso, podendo ser utilizado em momentos quando não há tempo para o café da manhã ou às vezes para substituir uma das refeições.
Para que tipo de grupo de pessoas ele pode ser uma boa opção?
O shake pode ser uma boa opção para aquelas pessoas que estão acima do peso e se alimentam mal, não gostam de verduras, frutas etc, ou ainda para aqueles que não tem tempo para fazer uma refeição completa, por causa da vida corrida (trabalho, escola etc). É uma opção também para aquelas pessoas que estão acima do peso e não conseguem se controlar à noite, durante o jantar. Isso é muito comum. A pessoa passa o dia fora de casa e à noite ataca a geladeira.
Um outro grupo que pode se beneficiar são os obesos mórbidos, que precisam perder peso para cirurgia bariátrica.
No caso de um programa desintoxicante, como o shake pode ser utilizado?
O shake pode ser utilizado para substituir uma ou duas refeições. Por ser rico em nutrientes e com calorias controladas, o alimento é uma boa opção de dietas desintoxicantes. No entanto, lembro que dieta detox não é sinônimo de dieta radical e restritiva. Não concordo com essas dietas que excluem do cardápio uma série de alimentos e nutrientes indispensáveis ao corpo, colocando a saúde em risco. Muitas pessoas, sem qualquer orientação, ficam em jejum por horas e se apoiam no consumo por tempo prolongado de alimentos líquidos como sucos e sopas, com baixo conteúdo calórico-nutricional, o que pode causar anemia, fraqueza, deficiência de minerais e vitaminas, mau humor e, pior, intoxicar o fígado.
Na dieta detox saudável e racional, as restrições não devem ser absolutas e são feitas por um curto período de tempo, sete dias no máximo, que podem ser repetidos esporadicamente. Nesse período, devemos excluir as bebidas alcoólicas, o açúcar, café, alimentos ricos em aditivos químicos e gorduras saturadas/trans, além de alimentos com alto potencial alergênico. No caso dos shakes, oriento que sejam consumidas as versões sem glúten e lactose.
Como escolher o tipo de shake ideal?
Conforme adiantei, o shake ideal é aquele que segue as regras dos alimentos para controle de peso estipuladas pelo Ministério da Saúde – Anvisa, citadas na pergunta 1. O consumidor deve ficar atento e aprender a fazer a melhor escolha, lendo com atenção o rótulo ou consultando um especialista da área. Nem todos os shakes disponíveis no mercado apresentam as qualidades necessárias para substituir uma refeição completa, muitos estão irregulares e oferecem poucos nutrientes e calorias necessárias. Além disso, para que haja uma maior probabilidade de adesão da pessoa que precisa perder peso, o shake precisa ser saciante e ter sabor agradável. A variedade de sabores também ajuda muito.
Nossa equipe do Centro de Pesquisas da Sanavita tem se dedicado ao desenvolvimento desse tipo de alimento há muitos anos. A linha Sanafit Shape foi desenvolvida para atender todas as necessidades de nutrientes de uma refeição, de forma a proporcionar perda de peso com saúde. Além disso, os produtos são altamente saciantes e apresentam uma variedade grande de sabores super aprovados em testes sensoriais. A maioria das versões não contém glúten e lactose, para que pessoas intolerantes possam também usufruir dos seus benefícios.
Existem estudos que suportam a eficácia dos shakes substitutos de refeição?
Sim, estudos mostram que programas de emagrecimento que utilizam alimentos substitutos de refeição podem ser mais eficazes do que dietas equilibradas utilizadas com o mesmo objetivo, e que o uso continuado deste tipo de ferramenta parece ter efeitos positivos não somente na redução do peso, mas também na sua manutenção e na redução de biomarcadores de doenças crônico degenerativas como as cardiovasculares, diabetes, hipertensão entre outras.
Um estudo (1) de seis semanas conduzido na Universidade-Hospital de Freiburg na Alemanha, mostrou que uma dieta apoiada por substitutos de refeição é mais eficaz em reduzir fatores de risco metabólico e melhorar as medidas antropométricas do que uma dieta de baixas calorias, restrita em gordura. Neste estudo, os pesquisadores avaliaram 90 pessoas com sobrepeso ou obesidade (Índice de Massa Corporal – IMC médio de 31,5 ± 2,3 kg/m2). As pessoas foram divididas em dois grupos: o primeiro consumiu uma dieta de baixas calorias e recebeu aconselhamento dietético + incentivo para a prática de atividade física; o segundo grupo recebeu o mesmo tratamento e foi instruído a substituir duas das refeições diárias por um alimento substituto de refeição.
Ao final do estudo, o grupo que consumiu o substituto de refeição perdeu significantemente mais peso (6,4kg versus 3,1kg) e gordura corporal (5,1kg versus 2,8kg) do que o primeiro grupo, e, embora os fatores de risco metabólico tenham sido reduzidos em ambos os grupos, as pessoas que consumiram o substituto de refeição apresentaram uma redução maior da circunferência da cintura (6,1cm versus 1,8cm) e uma redução maior dos níveis de triglicerídeos (19,6mg/dl versus 12,5mg/dl).
Resultados semelhantes também foram encontrados por Davis et al em 2010 (2), que avaliaram 90 indivíduos obesos consumindo ou substituto de refeição ou uma dieta isocalórica. O estudo que teve duração de 40 semanas (16 primeiras semanas voltadas para perda de peso e as 24 restantes, para manutenção de peso) mostrou uma redução de peso de 12,3% no grupo com o alimentos testado, enquanto que o grupo controle apresentou uma redução de 6,9%. Melhoras significativas na composição corporal também foram observadas em participantes consumindo o substituto de refeição em relação ao controle.
Em outro estudo (3) conduzido na Escola de Saúde Pública Johns Hopkins nos Estados Unidos, os pesquisadores observaram que os substitutos de refeição além de serem mais eficientes na perda de peso do que uma dieta padrão, são também eficazes em ajudar na manutenção do novo peso adquirido depois de um ano.
A pesquisa avaliou 119 homens e mulheres com diabetes e Índice de Massa Corporal – IMC entre 25 e 40 kg/m2 durante 34 semanas de tratamento + 1 ano de período de manutenção. As pessoas foram divididas em dois grupos: o primeiro foi orientado a consumir uma dieta padrão recomendada pela Associação Americana de Diabetes (ADA), própria para o controle e manutenção do peso em pessoas obesas com diabetes; o segundo grupo foi orientado a substituir uma das refeições dessa dieta com um alimento substituto de refeição. Ao final do estudo verificou-se que a perda de peso foi significativamente maior no grupo com substituto de refeição (12% versus 5%), tanto ao final das 34 semanas, quanto no período de manutenção após 86 semanas, enquanto que melhoras nas medidas bioquímicas e metabólicas foram observadas em ambos os grupos.
Vázquez et al (4) também avaliaram a eficácia de um substituto de refeição de baixas calorias em um programa para perda de peso, durante a fase de manutenção. Para isso, foi realizado um estudo randomizado com 62 indivíduos que tiveram pelo menos 5% de perda de peso ocasionado por reeducação alimentar nos 6 meses anteriores. Os participantes foram divididos em 2 grupos: um com substituto de uma refeição diária e outro grupo continuando apenas com a dieta controlada por mais 6 meses. Os resultados mostraram que a manutenção ou perda de peso inicial ocorreu em 83,9% dos pacientes que consumiram o substituto de refeição (SR), contra 58,1% do grupo controle. Os autores concluíram que o substituto de refeição é uma medida eficaz para manutenção da perda de peso em comparação a dieta empregada isoladamente.
Pesquisas mostram também que os substitutos de refeição garantem um melhor consumo de nutrientes essenciais para a saúde das pessoas que precisam emagrecer. Em um estudo (5) com duração de um ano, pesquisadores da Universidade de Nevada nos Estados Unidos verificaram que pessoas que incorporaram substitutos de refeição em suas dietas de emagrecimento apresentaram um consumo mais adequado de nutrientes quando comparadas com outras que seguiram uma dieta de perda de peso convencional. Neste estudo foram avaliadas 96 mulheres com sobrepeso ou obesas (Índice de Massa Corporal – IMC entre 25 a 35 kg/m2) consumindo ou uma dieta hipocalórica tradicional para perda de peso ou uma dieta onde 1 a 2 refeições foram substituídas com alimentos especiais, substitutos de refeição. Ambos os grupos seguiram uma dieta restrita em energia de 1200-1300kcal/dia.
No Brasil, um dos estudos mais importantes nessa área (6) foi realizado pela Universidade de São Paulo, que avaliou durante 6 meses os efeitos de uma dieta hipocalórica combinada com o uso de substitutos de refeição sobre o peso corporal, perfil lipídico e níveis de glicose e insulina plasmáticos (avaliados nos tempos 0, 3 e 6 meses). Participaram do estudo 78 pessoas com 20-50 anos de idade e Índice de Massa Corporal – IMC entre 25 a 35kg/m2.
O estudo teve 3 meses de intervenção e 3 de manutenção. As pessoas foram divididas em dois grupos: no grupo A (controle) as pessoas receberam 3 meses de orientação nutricional + atividade física e utilizaram por 3 meses um substituto alimentar em uma das refeições; no grupo B (intervenção) as pessoas receberam durante 3 meses um substituto alimentar em 2 refeições e nos outros 3 meses apenas uma refeição foi substituída.
Ambos os grupos mostraram diminuição significativa do peso corporal, % gordura corporal e IMC aos 3 e 6 meses de intervenção. No entanto, o grupo B perdeu significativamente mais peso e, ao final do estudo, 25% das pessoas desse grupo apresentaram perda de peso superior a 10% dos valores iniciais. Comparando os níveis de triglicerídeos, LDL-colesterol e glicose entre os dois tratamentos, verificou-se que houve uma redução significativa somente nos indivíduos do grupo B. Os pesquisadores chegaram a conclusão de que o uso de substitutos de refeição, junto com uma dieta balanceada, hipocalórica, provou ser eficiente na perda de peso.
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(1) König D et al. Effect of meal replacement on metabolic risk factors in overweight and obse subjects. Ann Nutr Metab., v. 52, n. 1, p. 74-8, 2008.
(2) Davis LM et al. Efficacy of a meal replacement diet plan compared to a food-based diet plan after a period of weight loss and weight maintenance: a randomized controlled trial. Nutr J, v.9, p. 11, 2010. (3) Cheskin LJ et al. Efficacy of meal replacements versus a standard food-based diet for weight loss in type 2 diabetes: a controlled clinical trial. Diabetes Educ., v. 34, n. 1, p.118-27, 2008. (4) Vázquez C et al. Meal replacement with a low-calorie diet formula in weight loss maintenance after weight loss induction with diet alone. Eur J Clin Nutr, v. 63, n. 10, p.1226-32., 2009. (5) Ashley JM et al. Nutrient adequacy during weight loss interventions: a randomized study in women comparing the dietary intake in a meal replacement group with a tradicional food group. Nutr J., v.6, n.1, p. 12, 2007. (6) Fisberg M et al. Impact of the hypocaloric diet using food substitutes on the body weight and biochemical profile. Arch Latinoam Nutr., v.54, n. 4, p.402-7, 2004.